Os
Elementos que Constituem o Mapa:
Os
Recursos, As Escolhas e Os Interesses
“O
mundo torna-se cada vez mais um todo. Cada parte do mundo faz, mais e mais,
parte do mundo e o mundo, como um todo, está cada vez mais presente em cada uma
das partes”.
Edgar Morin
Introdução
A Cartografia é um instrumento fundamental
para o conhecimento geográfica, uma linguagem
indispensável, que propicia um acesso importante às realidades espaciais, e
justamente o que se representa por meio dela é o espaço geográfico. E é
por meio desse instrumento de observação do mundo que podemos sintetizar
informações, notar a distribuição dos objetos geográficos (naturais e humanos)
e dos fenômenos sociais no espaço.
O que se chamava de mundo até o século XVI era
uma coleção de realidades geográficas fragmentadas, com relações desconexas em
sua maioria, que pouco se influenciavam em seu desenvolvimento. Foi o mapa de Waldseemüller,
publicado em 1507, que ampliou e proporcionou uma visão contemporânea do mundo,
de fundamental significação na história da cartografia, ele apresentou o Novo
Mundo que recebeu o nome de América e antecipou informações corretas sobre a
configuração e o posicionamento relativo de continentes e oceanos como a
existência do oceano Pacífico e sua localização entre América e Ásia, assim
as diversas realidades começaram a se conectar.
Objetivos:
·
Dominar os meios pelos quais os mapas são
construídos.
·
Ter consciência sobre o que se quer comunicar,
a sua intencionalidade.
·
Interpretar os recursos oferecidos para analisar
as realidades espaciais e sociais.
·
Construir e desenvolver competências de
leitura e interpretação de mapas temáticos.
·
Identificar o significado geopolítico da
cartografia, pois ela sempre utilizou formas de representar conquistas e o estabelecimento
de poder sobre territórios.
·
Examinar seus elementos isoladamente, seus
significados e a razão de ser.
·
Refletir sobre as realidades geográficas.
Atualmente
o grande desafio da cartografia não está em localizar com precisão os fenômenos
geográficos, pois a localização é algo bem resolvido através dos diversos
instrumentos tecnológicos, portanto, está em conseguir representar as relações
complexas travadas entre as sociedades e os objetos no espaço geográfico.
Orientação
O verbo orientar está relacionado com a busca do oriente, palavra de origem latina que significa nascente.
O Norte Geográfico (NG), ou Norte Verdadeiro
(NV), é aquele indicado por qualquer meridiano geográfico, ou seja, na direção
do eixo de rotação do Planeta. O Norte Magnético (NM) apresenta a direção do
polo norte magnético, aquela indicada pela agulha imantada da bússola.
O ângulo formado pelos nortes geográfico e
magnético, expresso em graus, denomina-se declinação magnética, a qual possui
grandes variações em diferentes partes do globo terrestre.
O azimute é definido como o ângulo medido no
sentido horário, entre a linha norte-sul e um alinhamento qualquer, com
variação entre 0 e 360 graus.
Coordenadas
Geográficas
Meridianos são círculos máximos que
cortam a Terra em duas partes iguais, que passam e se cruzam nos polos Norte e
Sul. São medidos em longitude, isto é, o ângulo formado entre o ponto
considerado e o meridiano de origem (Greenwich – 0 graus), com variação entre 0
e 180 graus, nas direções leste ou oeste desse meridiano. Fuso e meridiano não
são a mesma coisa: meridiano é uma linha; fuso é uma faixa. Cada fuso contém 15
meridianos com 1° de afastamento um do outro.
Paralelos
representam cada um dos “cortes” horizontais ao redor do globo,
perpendicularmente em relação aos meridianos, os quais são medidos em latitude,
ou seja, a distância angular entre o plano do Equador e um ponto na superfície
da Terra, com variação entre 0 e 90 graus, nas direções norte ou sul.
Fusos Horários
Podem ser definidos como as zonas delimitadas
por dois meridianos consecutivos da superfície terrestre, cuja hora legal, por
convenção é a mesma. Sempre deverá ser considerada para efeito de cálculo da hora
um a amplitude de 7 graus e 30 minutos para cada lado (leste-oeste) do
meridiano em questão.
Portanto, 360 graus dividido por 24 horas =
15 graus. Em razão desse cálculo, a cada 15 graus no globo varia 1 hora.
Convém salientar que nem sempre as linhas
imaginárias desses fusos coincidem com o limite dos horários dos países. Em
geral, muitas adaptações são feitas a fim de se corrigir alguns possíveis
problemas. A própria Linha Internacional de Mudança da Data não coincide
exatamente com o meridiano de 180 graus. Outro horário largamente utilizado é o
horário de verão adotado há bastante tempo em diversos países, método utilizado
para o melhor aproveitamento da luz solar.
A Escala, a Projeção e a Métrica
Os mapas são espaços
muitíssimos menores que o espaço das realidades representadas. Eles são
reduzidos varias vezes e esse fator de redução chama-se escala cartográfica, trata-se de uma questão da matemática
geométrica, e não tem uma medida direta e exata com todo o terreno representado
em um mapa-múndi em virtude das deformações impostas pelas projeções.
Relação ou proporção
existente entre as distâncias lineares representadas em um mapa e aquelas
existentes no terreno, na superfície real.
·
Escala
numérica é representada por uma fração em que o numerador é
sempre a unidade, designando a distância medida no mapa, e o denominador
representa a distância correspondente ao terreno.
Ex.:
1: 50.000 – Lê-se um para cinquenta mil, ou seja, cada unidade medida no mapa
corresponde a cinquenta mil unidades, na realidade. Assim, por exemplo, cada
centímetro representado no mapa corresponderá, no terreno, a cinquenta mil
centímetros, ou seja, quinhentos metros.
km hm dam m dm cm mm
x
1.000 x 100 x 10 1 / 10 / 100 / 1.000
·
Escala
gráfica é representada por uma linha ou barra (régua) graduada
contento subdivisões denominadas talões que apresenta a relação de seu
comprimento com o valor correspondente no terreno, indicado sob a forma
numérica na sua parte inferior. Cada talão deve ser expresso,
preferencialmente, por um valor inteiro.
·
Escala
nominal ou equivalente é apresentada nominalmente por uma
igualdade entre o valor representado no mapa e sua correspondência no terreno.
Ex.:
1 cm = 10 km / 1 cm = 50 m
A
utilização da escala numérica pode ser calculada por meio da regra de três:
·
D = N x d, em que:
·
D = distância real no terreno.
·
N = denominador da escala (escala = 1/N).
·
d = distância medida no mapa.
A
escolha da escala mais adequada deve seguir dois preceitos básicos que dizem
respeito:
·
ao fim a que se destina o produto obtido, ou
seja, à necessidade ou não de precisão e detalhamentos do trabalho efetuado;
·
à disponibilidade de recursos para impressão,
ou seja, basicamente com relação ao tamanho do papel a ser impresso.
Mapas e seus similares
Mapas e seus similares
No
Brasil a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) confere as seguintes
definições:
·
Mapa: representação gráfica, em geral uma
superfície plana e numa determinada escala, com a representação de acidentes
físicos e culturais da Terra.
·
Carta ou planta: representação dos aspectos
naturais e artificiais da Terra, destinada a fins práticos da atividade humana,
permitindo a avaliação precisa de distâncias, direções e a localizações plana,
geralmente em média ou grande escala, de uma superfície da Terra, subdividida
em folhas, de forma sistemática, obedecendo a um plano nacional ou
internacional.
·
Croqui: representação esquemática do terreno
apresenta um esboço da topografia de uma determinada região, trata-se de um
levantamento com pouca precisão, porém dados obtidos com o GPS podem apresentar
grande precisão.
Classificação
de acordo com a escala
·
Planta - trabalha com escalas muito grandes,
maiores do que 1: 1.000. São utilizadas quando há exigência de um detalhamento
bastante minucioso do terreno, como, por exemplo, redes de água, esgoto, etc.
·
Carta Cadastral – bastante detalhada e
precisa, para grandes escalas, maiores do que 1: 5.000, utilizadas, por
exemplo, para cadastro municipal. São elaboradas com base em levantamentos
topográficos e/ou aerofogramétricos.
·
Carta Topográfica – compreende as escalas
médias, situadas entre 1: 25.000 e 1: 250.000, e contém detalhes planimétricos e
altimétricos (curvas de nível). Normalmente são elaboradas com base em
levantamentos aerofogramétricos com o apoio de bases topográficas já
existentes.
·
Carta Geográfica – para escalas pequenas,
menores do que 1: 500.000. Apresenta simbologia diferenciada para as
representações planimétricas e altimétricas através de cores hipsométricas (sistema
de coloração sequencial, de tons mais claros para mais escuros).
Projeção Cartográfica
Nenhuma
projeção está inteiramente certa e não é possível uma representação perfeita. O
planeta Terra é esférico, sua superfície é curva, portanto, não é possível
desenhá-lo no papel plano do mapa sem algum tipo de deformação. A
melhor maneira de se representar a Terra é por meio do globo (representação
cartográfica de escala pequena). As projeções são uma adaptação
necessária para a transferência do que é curvo para o que é plano,
transcrevendo com vários acertos e escolhendo alguns erros. Ela não pode respeitar
ao mesmo tempo as distâncias entres os objetos, os ângulos (a forma dos
objetos) e as superfícies (a extensão territorial dos objetos). As diferentes
projeções (e são mais de 200) deformam e favorecem de maneira seletiva um ou
outro de seus elementos. Devem ser escolhidas de acordo com o que se quer
representar, não há certo ou errado, apenas escolhas interessantes quanto ao
seu potencial de comunicação. Apoiadas em funções matemáticas definidas,
realizam esse transporte de pontos utilizando diferentes figuras geométricas
como superfícies de projeção. Essas funções levam a infinitas soluções, sobre
as quais um sistema de quadrículas busca localizar todos os pontos a serem
representados, este processo acaba por inserir uma série de incorreções,
gerando deformações que podem ser mais ou menos controladas.
Classificação quanto ao tipo de
superfície de projeção
·
Plana ou azimutal: quando a superfície de projeção é um plano, muito utilizada nas regiões polares. É a chamada projeção geopolítica. O centro escolhido fica muito bem detalhado, mas as outras áreas do globo vão ganhando cada vez mais distorções.
Plana ou azimutal: quando a superfície de projeção é um plano, muito utilizada nas regiões polares. É a chamada projeção geopolítica. O centro escolhido fica muito bem detalhado, mas as outras áreas do globo vão ganhando cada vez mais distorções.
·
Cônica: quando a superfície de projeção é um
cone, ideal para médias latitudes. Utilizada para a representação de um
continente, pois distorce menos as áreas e as formas.
·
Cilíndrica: quando a superfície de projeção é
um cilindro, ideal para latitudes baixas, pois minimizam-se as distorções
nas regiões próximas ao Equador, que se elevam nas regiões mais próximas aos
polos. Essas elaborações são classificadas
em dois tipos principais: as semelhantes ou conformes e as equivalentes.
·
Poliédrica: quando se utilizam vários planos
de projeção que, reunidos, formam um poliedro.
Classificação
das Projeções quanto às deformações apresentadas
·
Conformes ou semelhantes: mantêm a verdadeira
forma das áreas a serem representadas, não deformando os ângulos existentes no
mapa, enquanto distâncias e áreas são deformadas. Um
exemplo clássico de projeção conforme é a Projeção de Mercator.
Nela, os países localizados em altas latitudes apresentam uma ampliação em suas
áreas. procuram representar corretamente a forma
dos continentes, tendo como prejuízo a distorção de suas áreas
·
Equidistantes: apresentam constâncias entre
as distâncias representadas, ou seja, não possuem deformações lineares, mas
distorcem as áreas e as formas terrestres.
·
Equivalentes: possuem a propriedade de manter
constantes as dimensões relativas das áreas representadas (conserva as áreas), não as deformam, entretanto, formas
e distâncias são deformadas. Ex.: Peters, de Lambert e de Behrmann.
· Afiláticas ou arbitrárias: não possuem nenhuma propriedade das anteriores, isto é, não conservam áreas, ângulos, distâncias nem os azimutes. São exemplos de projeções afiláticas as projeções de Robinson e a Cilíndrica de Miller.
· Azimutais ou zenitais: destinadas a finalidades especificas, quando nem as projeções conformes ou equivalentes satisfazem. Preocupam-se apenas com que os azimutes ou as direções de todas as linhas vindas do ponto central da projeção sejam iguais aos das linhas correspondentes na esfera terrestre.
· Afiláticas ou arbitrárias: não possuem nenhuma propriedade das anteriores, isto é, não conservam áreas, ângulos, distâncias nem os azimutes. São exemplos de projeções afiláticas as projeções de Robinson e a Cilíndrica de Miller.
· Azimutais ou zenitais: destinadas a finalidades especificas, quando nem as projeções conformes ou equivalentes satisfazem. Preocupam-se apenas com que os azimutes ou as direções de todas as linhas vindas do ponto central da projeção sejam iguais aos das linhas correspondentes na esfera terrestre.
Classificação
quanto à posição da superfície de projeção
·
Equatorial: quando o centro da superfície de
projeção se situa no equador terrestre.
·
Polar: quando o centro do plano de projeção é
um polo.
·
Transversa: quando o eixo da superfície de
projeção (um cilindro ou um cone) se encontra perpendicular em relação ao eixo
de rotação da Terra.
·
Oblíqua: quando está em qualquer outra
posição.
Projeção de Mercator, Gerardus (holandês - 1512-1594).
Linguagem Cartográfica - o outro elemento do mapa.
Tipos de Mapas
Cartografia Temática
·
a
representação mais antiga e usada de todas.
·
parte
do princípio da projeção cilíndrica e conforme.
·
os
meridianos e os paralelos são linhas retas, que se cortam em ângulos retos,
provocando distorções mais acentuadas nas áreas continentais de altas latitudes
mais próxima aos polos,
a Groenlândia se apresenta maior que a América do Sul o que na verdade não é.
·
exagera
visualmente a importância dos países do Hemisfério Norte, pois a maior porção
das massas continentais dessa região está localizada nas maiores latitudes,
diferente das massas continentais do Hemisfério Sul, que estão concentradas nas
proximidades do Equador.
·
é
apontada como uma projeção que expressa um poderio do Norte sobre o Sul.
·
útil
na navegação, pois respeita as distâncias e os ângulos, embora não faça o mesmo
com o tamanho das superfícies e porque a bússola depende da manutenção dos
ângulos dos continentes e ilhas.
·
mantém
as superfícies sem distorções no tamanho das regiões próximas ao Equador,
·
mantém a forma das áreas dos continentes e altera a proporção das
áreas representadas.
·
pouco recomendada para análises sobre os continentes por alterar
as suas escalas.
·
é
utilizada em cartas topográficas e, no Brasil, é adotada como base do sistema
cartográfico nacional.
Projeção de Peters,
Arno (alemão, 1916 – 2002)
·
concebida pela
primeira vez por James Gall, em 1885
·
parte do princípio da projeção cilíndrica e
equivalente.
·
comparada a de Mercator restabelece o tamanho
correto das superfícies continentais.
·
revaloriza visualmente os países do
Hemisfério Sul.
·
valoriza o tamanho dos continentes mas
distorcidos nas formas e distâncias.
·
mantém a
proporção das áreas representadas, mas altera as suas formas.
·
levanta polêmicas de um
cunho político:
o por ampliar as áreas dos
países do sul, de maioria subdesenvolvida
o diminuir as áreas dos
países do norte, de maioria desenvolvida.
o África é colocada no
centro do mapa, ao contrário da projeção de Mercator, em que a Europa encontra-se
no centro.
o alcunhada de
“terceiro-mundista”.
·
levanta polêmicas de proposições técnicas:
o falta de cientificidade por
abdicar de detalhes técnicos em detrimento de opções políticas;
o erro na posição do
paralelo 46º 2’ que deveria estar na posição de 45º.
o em detrimento das
distorções da projeção equivalente, deixa os continentes mais “finos” no
Equador e mais “largos” nos polos, dificultando a localização e o deslocamento.
o ter supostamente plagiado
a verdadeira obra de James Gall, pouco ou nada alterando as suas concepções
originais.
·
Não
tem nada a ver com a anamorfose
Projeção de Bertin,
Jacques (francês, 1918-2010)
·
fiel na relação entre os tamanhos das
superfícies dos continentes.
·
uma das boas soluções para os mapas
temáticos, apesar de não ser tão comum.
·
é indicada para representar os fluxos
comerciais no mundo contemporâneo.
·
adequada para representações
geoestratégicas e geopolíticas.
·
a grade de coordenadas não possui uma
configuração perpendicular, pois todos os meridianos se dirigem, formando
curvas, para uma representação do polo que se encontra no meio do mapa.
Projeção
“Dymaxion” de Buckminster Fuller, Richard (Estados Unidos,
1895-1983)
uma
projeção tridimensional na superfície de um poliedro patenteada em
1946.
·
centrada no polo norte, as outras centram-se
no Equador.
·
apresenta uma organização dos continentes
incomum se comparada às outras projeções.
·
favorece a manutenção das formas e das
proporcionalidades das terras emersas em detrimento dos oceanos.
·
é indicada para representar os fluxos comerciais
(interdependências econômicas) no mundo contemporâneo, sendo adequada para a
época das telecomunicações e dos transportes intercontinentais em escala
mundial.
·
essa visão subverteu (realizar mudanças
profundas) a convenção tradicional dos pontos cardeais, ou de um norte e um
sul.
·
concebida para permitir uma melhor
compreensão das questões humanas e pôr em evidencia as relações entre os
diferentes povos.
·
uma tentativa cartográfica de fornecer uma
visão mais precisa das dimensões relativas dos territórios e uma imagem menos
“hierarquizada” do planeta.
·
permite ver todos os continentes sem grandes
distorções.
·
busca uma forma mais abrangente sobre o
planeta, podendo ser reconfigurado para colocar
diferentes regiões no centro, dando assim maior protagonismo.
Projeção de Robinson,
Arthur H. (Canadá, 1915 – 2004)
• desenvolvida em 1961.
• projeção não conforme e não equivalente.
• baseada em coordenadas e não em formulação matemática.
• concebida para minimizar as distorções angulares e de área.
• trata-se de uma das projeções cartográficas mais conhecidas em todo o mundo.
• é uma projeção cilíndrica afilática, sua elaboração ocorre como se envolvesse o globo terrestre em torno de um cilindro.
• Apresenta distorções nas áreas, principalmente nas altas latitudes, e na forma dos continentes, a grande maioria não está em suas proporções corretas, no entanto, consegue minimizar as distorções que ocorrem nesses dois aspectos.
• os meridianos são representados em linhas curvas ou elipse, enquanto os paralelos permanecem em linhas retas.
• é ideal para mapas que procuram representar a área da Terra como um todo.
• é a projeção mais utilizada em mapas e atlas, sendo muito conhecida como mapa-múndi e é destinada ao uso didático.
Projeção de Lambert, Johann Heinrich (França, 1728 – 1777)
·
foi apresentada em 1772 como uma projeção cônica conforme.
·
são pensadas como se fosse colocado um cone sobre um dos
hemisférios terrestres.
·
é mais adequada para a representação de países em médias latitudes
e/ou para a representação de um determinado hemisfério.
·
é classificada em secantes quanto
à situação da superfície de projeção.
·
a distorção fica menor e melhor distribuída entre as diversas
latitudes representadas no mapa.
·
possuem dois paralelos de referência (contato)
onde as distorções serão sempre menores.
·
a escolha dos paralelos de referência é essencial
para que o mapa possa atender os seus objetivos propostos e evitar possíveis
distorções na área a ser estudada.
Projecção de Miller, Osborn (Escocês-americano, 1897 - 1979).
·
foi apresentada em 1942.
·
trata-se de uma projeção cilíndrica equivalente
·
criadas como alternativa à projeção de Mercator,
·
proposta de reduzir a grande variação da escala com a latitude e
de permitir que os polos fossem representados.
·
as distorções dessa projeção são menores nas áreas próximas da
linha do equador e aumentam em direção aos polos.
Projeção Descontínua
de Goode, ou Projeção Interrompida de Goode ou Projeção
de Homolosine de Goode, estadunidense Goode, John Paul (estadunidense,
1862-1932)
·
projecao de 1916, criada em
contraposição à de Mercator.
·
caracterizada por apresentar um mapa-múndi deformado em função de
“cortes” existentes em áreas oceânicas.
·
valoriza as áreas continentais tanto em suas formas quanto em suas
áreas.
·
a região noroeste da Ásia teve suas formas distorcidas.
·
é comumente associada a cascas de laranja, uma vez que algumas partes
ficam desconectadas entre si, ficando impossível uni-las novamente.
·
utilizada para a produção de mapas temáticos concernentes a fenômenos
estritamente terrestres, como a distribuição de indústrias e a distribuição das
grandes cidades pelo mundo.
·
impossível de se calcular distâncias intercontinentais, representar áreas
oceânicas e polares, bem como visualizar toda a massa terrestre em conjunto.
Projeção de Mollweide ou projeção de Aitoff
- Mollweide, Karl (alemão, 1774-1825),
·
muito utilizada para a elaboração de mapas-múndi atualmente.
·
projeção cilíndrica equivalente (conserva o tamanho das áreas, mas
altera as suas formas).
·
buscava uma forma de corrigir a Projeção de Mercator.
·
os paralelos são representados em linhas retas e os meridianos em
linhas curvas.
·
uma projeção elíptica, tendo os polos mais achatados e as zonas
centrais mais exatas.
·
muito utilizada em mapas temáticos sobre a comparação de dados
entre os continentes (população, renda, áreas agricultáveis etc.).
Projeção
cilíndrica equidistante ou equiretangular - Plate Carrée
·
equidistante
significa “mesma distância”.
·
os
paralelos e meridianos separam-se pela mesma distância.
·
as
distâncias entre um ponto e outro no mapa são iguais às verdadeiras, mas
dispostas em escalas.
·
o
objetivo é a preservação da escala em determinados locais.
·
não é
possível manter as distâncias verdadeiras dentro das escalas em toda a
dimensão. O que é plenamente possível é a manutenção de distâncias verdadeiras
a partir de um ou dois locais.
·
pode-se
obter uma representação na qual todas as distâncias medidas perpendicularmente
a uma linha (podendo ser o Equador ou um paralelo qualquer) sejam
verdadeiras.
·
possui
escalas dispostas em pontos determinados, sendo necessário para tal, ter
paralelo cujos espaçamentos foram ajustados.
·
o que
difere com a de Mercator é que esta possui um alongamento em direção a
leste-oeste e um achatamento em direção a norte-sul em países de
latitude elevada.
Outra projeção cartográficas equidistantes
Projeção
Cônica Equidistante Meridiana
·
possui
distâncias iguais
·
Cláudio
Ptolomeu desenvolveu essa projeção
·
as
distâncias ao logo dos meridianos estão dispostas em escala constante.
Projeção
azimutal equidistante
·
para sua
utilização um ponto qualquer no globo terrestre pode ser o centro, assim, é
possível medir a distância entre esse ponto e qualquer outro lugar do planeta.
·
é muito
utilizada para definir rotas marítimas ou aéreas.
·
as formas
dos continentes não são preservadas, embora suas distâncias sejam mantidas, por
isso é equidistante.
·
quando
aplicada em mapas-múndi, a distância entre as regiões do globo é representada
de maneira precisa.
·
é
amplamente útil por Nações em assuntos estratégicos, pois coloca determinado
país no centro do mundo, e diminui a forma e as dimensões dos demais.
·
uma nação
pode utilizar essa projeção como uma maneira de mostrar sua visão do mundo.
Linguagem Cartográfica - o outro elemento do mapa.
São
elementos gráficos que exemplificam e mostram às possibilidades de mapear os
fenômenos geográficos na espacialidade, sejam variáveis visuais ou de separação.
Eles permitem distinguir, quantificar, ordenar e mostrar ligações (fluxos)
através de tamanho, valor, granulação, cor, orientação e forma.
Tipos de Mapas
·
Quantitativo – usa na representação a
variável visual tamanho (quadrados ou círculos) para expressar a quantidade do
fenômeno.
·
Ordenado – apresenta tonalidades de cor para
mostrar a intensidade dos fenômenos (frio, calor; rico, pobre, etc).
·
Qualitativo – utiliza variáveis de separação como
a variável visual cor ou de separação.
·
De fluxo – que fazem uso de setas, que não
deixam de ser quantitativos, em razão da espessura das setas.
Cartografia Temática
·
apresenta uma solução analítica ou explicativa
·
baseia-se em um mapa pré existente para
fornecer uma representação dos fenômenos sobre a superfície terrestre, por meio
de uma simbologia específica.
·
os dados ou informações a serem representados
devem ser trabalhados com bastante cuidado para que o mapa traduza o que se
deseja de forma imprescindível
·
os elementos da legenda e das convenções
devem manter uma proporção adequada à escala do mapa e ao tamanho final do
produto impresso.
Anamorfose (transformação cartográfica) – trocam-se as
medidas de terrenos (métricas) por outras, com as de volume de população. Representação cartográfica que
emprega outras medidas para representar as realidades geográficas como, volumes
populacionais, valores econômicos, volume de recursos naturais, entre outros. Demonstra uma distorção deliberada.
Elementos
constituintes de um mapa temático:
·
o título do mapa: realçado, preciso e
conciso;
·
as legendas e convenções utilizadas
(necessita-se utilizar imaginação);
·
a base de origem (mapa-base, dados, etc.);
·
as referências (autoria, data de confecção,
fontes etc.);
·
a indicação da direção norte;
·
a escala;
·
o sistema de projeção utilizado;
·
o sistema de coordenadas utilizado.
Gratículas: conjunto de linhas que se cruzam perpendicularmente, em ângulos
quaisquer. Quadrículas: pares de linhas paralelas que se cruzam perpendicularmente,
estabelecendo ângulos retos, com a consequente formação de quadrados ou
retângulos.
A Forma do Símbolo
Devem
ser de fácil compreensão.
·
Forma pontual é utilizada para informações
cuja representação pode ser traduzida por pontos ou figuras geométricas. Ex.:
cidades, casas, indústrias, portos...
·
Forma linear é utilizada para informações que
requerem um traçado característico, sob a forma de linha contínua ou não. Na
maioria das vezes, a largura da linha desenhada não corresponde à largura real
do tema.
·
Forma zonal é usada para representar as
informações que ocupam uma determinada extensão sobre a área a ser trabalhada.
Essa representação é feita com a utilização de polígonos. Ex.: vegetação,
clima, regiões metropolitanas.
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