domingo, 3 de março de 2019

1 ANO_O Espaço Geográfico e a Representação Cartografia

Os Elementos que Constituem o Mapa:
Os Recursos, As Escolhas e Os Interesses

“O mundo torna-se cada vez mais um todo. Cada parte do mundo faz, mais e mais, parte do mundo e o mundo, como um todo, está cada vez mais presente em cada uma das partes”.
Edgar Morin
Introdução

A Cartografia é um instrumento fundamental para o conhecimento geográfica, uma linguagem indispensável, que propicia um acesso importante às realidades espaciais, e justamente o que se representa por meio dela é o espaço geográfico. E é por meio desse instrumento de observação do mundo que podemos sintetizar informações, notar a distribuição dos objetos geográficos (naturais e humanos) e dos fenômenos sociais no espaço.
O que se chamava de mundo até o século XVI era uma coleção de realidades geográficas fragmentadas, com relações desconexas em sua maioria, que pouco se influenciavam em seu desenvolvimento. Foi o mapa de Waldseemüller, publicado em 1507, que ampliou e proporcionou uma visão contemporânea do mundo, de fundamental significação na história da cartografia, ele apresentou o Novo Mundo que recebeu o nome de América e antecipou informações corretas sobre a configuração e o posicionamento relativo de continentes e oceanos como a existência do oceano Pacífico e sua localização entre América e Ásia, assim as diversas realidades começaram a se conectar.


Objetivos:
·         Dominar os meios pelos quais os mapas são construídos.
·         Ter consciência sobre o que se quer comunicar, a sua intencionalidade.
·         Interpretar os recursos oferecidos para analisar as realidades espaciais e sociais.
·         Construir e desenvolver competências de leitura e interpretação de mapas temáticos.
·         Identificar o significado geopolítico da cartografia, pois ela sempre utilizou formas de representar conquistas e o estabelecimento de poder sobre territórios.
·         Examinar seus elementos isoladamente, seus significados e a razão de ser.
·         Refletir sobre as realidades geográficas.
Atualmente o grande desafio da cartografia não está em localizar com precisão os fenômenos geográficos, pois a localização é algo bem resolvido através dos diversos instrumentos tecnológicos, portanto, está em conseguir representar as relações complexas travadas entre as sociedades e os objetos no espaço geográfico.

           Orientação

O verbo orientar está relacionado com a busca do oriente, palavra de origem latina que significa nascente.
O Norte Geográfico (NG), ou Norte Verdadeiro (NV), é aquele indicado por qualquer meridiano geográfico, ou seja, na direção do eixo de rotação do Planeta. O Norte Magnético (NM) apresenta a direção do polo norte magnético, aquela indicada pela agulha imantada da bússola.
O ângulo formado pelos nortes geográfico e magnético, expresso em graus, denomina-se declinação magnética, a qual possui grandes variações em diferentes partes do globo terrestre.
O azimute é definido como o ângulo medido no sentido horário, entre a linha norte-sul e um alinhamento qualquer, com variação entre 0 e 360 graus.

 Coordenadas Geográficas

 Meridianos são círculos máximos que cortam a Terra em duas partes iguais, que passam e se cruzam nos polos Norte e Sul. São medidos em longitude, isto é, o ângulo formado entre o ponto considerado e o meridiano de origem (Greenwich – 0 graus), com variação entre 0 e 180 graus, nas direções leste ou oeste desse meridiano. Fuso e meridiano não são a mesma coisa: meridiano é uma linha; fuso é uma faixa. Cada fuso contém 15 meridianos com 1° de afastamento um do outro. 
Paralelos representam cada um dos “cortes” horizontais ao redor do globo, perpendicularmente em relação aos meridianos, os quais são medidos em latitude, ou seja, a distância angular entre o plano do Equador e um ponto na superfície da Terra, com variação entre 0 e 90 graus, nas direções norte ou sul.

Fusos Horários

Podem ser definidos como as zonas delimitadas por dois meridianos consecutivos da superfície terrestre, cuja hora legal, por convenção é a mesma. Sempre deverá ser considerada para efeito de cálculo da hora um a amplitude de 7 graus e 30 minutos para cada lado (leste-oeste) do meridiano em questão.
Portanto, 360 graus dividido por 24 horas = 15 graus. Em razão desse cálculo, a cada 15 graus no globo varia 1 hora.
Convém salientar que nem sempre as linhas imaginárias desses fusos coincidem com o limite dos horários dos países. Em geral, muitas adaptações são feitas a fim de se corrigir alguns possíveis problemas. A própria Linha Internacional de Mudança da Data não coincide exatamente com o meridiano de 180 graus. Outro horário largamente utilizado é o horário de verão adotado há bastante tempo em diversos países, método utilizado para o melhor aproveitamento da luz solar.

A Escala, a Projeção e a Métrica

Os mapas são espaços muitíssimos menores que o espaço das realidades representadas. Eles são reduzidos varias vezes e esse fator de redução chama-se escala cartográfica, trata-se de uma questão da matemática geométrica, e não tem uma medida direta e exata com todo o terreno representado em um mapa-múndi em virtude das deformações impostas pelas projeções.
Relação ou proporção existente entre as distâncias lineares representadas em um mapa e aquelas existentes no terreno, na superfície real.
·         Escala numérica é representada por uma fração em que o numerador é sempre a unidade, designando a distância medida no mapa, e o denominador representa a distância correspondente ao terreno.
Ex.: 1: 50.000 – Lê-se um para cinquenta mil, ou seja, cada unidade medida no mapa corresponde a cinquenta mil unidades, na realidade. Assim, por exemplo, cada centímetro representado no mapa corresponderá, no terreno, a cinquenta mil centímetros, ou seja, quinhentos metros.
km          hm         dam        m               dm                cm                mm
x 1.000  x 100      x 10        1               / 10              / 100            / 1.000      
·         Escala gráfica é representada por uma linha ou barra (régua) graduada contento subdivisões denominadas talões que apresenta a relação de seu comprimento com o valor correspondente no terreno, indicado sob a forma numérica na sua parte inferior. Cada talão deve ser expresso, preferencialmente, por um valor inteiro.
·         Escala nominal ou equivalente é apresentada nominalmente por uma igualdade entre o valor representado no mapa e sua correspondência no terreno.
Ex.: 1 cm = 10 km       /     1 cm = 50 m
A utilização da escala numérica pode ser calculada por meio da regra de três:
·         D = N x d, em que:
·         D = distância real no terreno.
·         N = denominador da escala (escala = 1/N).
·         d = distância medida no mapa.
A escolha da escala mais adequada deve seguir dois preceitos básicos que dizem respeito:
·         ao fim a que se destina o produto obtido, ou seja, à necessidade ou não de precisão e detalhamentos do trabalho efetuado;
·         à disponibilidade de recursos para impressão, ou seja, basicamente com relação ao tamanho do papel  a ser impresso.

           Mapas e seus similares

No Brasil a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) confere as seguintes definições:
·         Mapa: representação gráfica, em geral uma superfície plana e numa determinada escala, com a representação de acidentes físicos e culturais da Terra.
·         Carta ou planta: representação dos aspectos naturais e artificiais da Terra, destinada a fins práticos da atividade humana, permitindo a avaliação precisa de distâncias, direções e a localizações plana, geralmente em média ou grande escala, de uma superfície da Terra, subdividida em folhas, de forma sistemática, obedecendo a um plano nacional ou internacional.
·         Croqui: representação esquemática do terreno apresenta um esboço da topografia de uma determinada região, trata-se de um levantamento com pouca precisão, porém dados obtidos com o GPS podem apresentar grande precisão.

Classificação de acordo com a escala

·         Planta - trabalha com escalas muito grandes, maiores do que 1: 1.000. São utilizadas quando há exigência de um detalhamento bastante minucioso do terreno, como, por exemplo, redes de água, esgoto, etc.


·         Carta Cadastral – bastante detalhada e precisa, para grandes escalas, maiores do que 1: 5.000, utilizadas, por exemplo, para cadastro municipal. São elaboradas com base em levantamentos topográficos e/ou aerofogramétricos.



·         Carta Topográfica – compreende as escalas médias, situadas entre 1: 25.000 e 1: 250.000, e contém detalhes planimétricos e altimétricos (curvas de nível). Normalmente são elaboradas com base em levantamentos aerofogramétricos com o apoio de bases topográficas já existentes.




·         Carta Geográfica – para escalas pequenas, menores do que 1: 500.000. Apresenta simbologia diferenciada para as representações planimétricas e altimétricas através de cores hipsométricas (sistema de coloração sequencial, de tons mais claros para mais escuros).


Projeção Cartográfica

Nenhuma projeção está inteiramente certa e não é possível uma representação perfeita. O planeta Terra é esférico, sua superfície é curva, portanto, não é possível desenhá-lo no papel plano do mapa sem algum tipo de deformação. A melhor maneira de se representar a Terra é por meio do globo (representação cartográfica de escala pequena). As projeções são uma adaptação necessária para a transferência do que é curvo para o que é plano, transcrevendo com vários acertos e escolhendo alguns erros. Ela não pode respeitar ao mesmo tempo as distâncias entres os objetos, os ângulos (a forma dos objetos) e as superfícies (a extensão territorial dos objetos). As diferentes projeções (e são mais de 200) deformam e favorecem de maneira seletiva um ou outro de seus elementos. Devem ser escolhidas de acordo com o que se quer representar, não há certo ou errado, apenas escolhas interessantes quanto ao seu potencial de comunicação. Apoiadas em funções matemáticas definidas, realizam esse transporte de pontos utilizando diferentes figuras geométricas como superfícies de projeção. Essas funções levam a infinitas soluções, sobre as quais um sistema de quadrículas busca localizar todos os pontos a serem representados, este processo acaba por inserir uma série de incorreções, gerando deformações que podem ser mais ou menos controladas.

Classificação quanto ao tipo de superfície de projeção
·        
     Plana ou azimutal: quando a superfície de projeção é um plano, muito utilizada nas regiões polares. É a chamada projeção geopolítica. O centro escolhido fica muito bem detalhado, mas as outras áreas do globo vão ganhando cada vez mais distorções.

·         Cônica: quando a superfície de projeção é um cone, ideal para médias latitudes. Utilizada para a representação de um continente, pois distorce menos as áreas e as formas.
·         Cilíndrica: quando a superfície de projeção é um cilindro, ideal para latitudes baixas, pois minimizam-se as distorções nas regiões próximas ao Equador, que se elevam nas regiões mais próximas aos polos. Essas elaborações são classificadas em dois tipos principais: as semelhantes ou conformes e as equivalentes.
·         Poliédrica: quando se utilizam vários planos de projeção que, reunidos, formam um poliedro.


                  Classificação das Projeções quanto às deformações apresentadas

·         Conformes ou semelhantes: mantêm a verdadeira forma das áreas a serem representadas, não deformando os ângulos existentes no mapa, enquanto distâncias e áreas são deformadas. Um exemplo clássico de projeção conforme é a Projeção de Mercator. Nela, os países localizados em altas latitudes apresentam uma ampliação em suas áreas. procuram representar corretamente a forma dos continentes, tendo como prejuízo a distorção de suas áreas
·         Equidistantes: apresentam constâncias entre as distâncias representadas, ou seja, não possuem deformações lineares, mas distorcem as áreas e as formas terrestres.
·         Equivalentes: possuem a propriedade de manter constantes as dimensões relativas das áreas representadas (conserva as áreas), não as deformam, entretanto, formas e distâncias são deformadas. Ex.: Peters, de Lambert e de Behrmann.
·        Afiláticas ou arbitrárias: não possuem nenhuma propriedade das anteriores, isto é, não conservam áreas, ângulos, distâncias nem os azimutes. São exemplos de projeções afiláticas as projeções de Robinson e a Cilíndrica de Miller.
·         Azimutais ou zenitais: destinadas a finalidades especificas, quando nem as projeções conformes ou equivalentes satisfazem. Preocupam-se apenas com que os azimutes ou as direções de todas as linhas vindas do ponto central da projeção sejam iguais aos das linhas correspondentes na esfera terrestre.
              Classificação quanto à posição da superfície de projeção
·         Equatorial: quando o centro da superfície de projeção se situa no equador terrestre.
·         Polar: quando o centro do plano de projeção é um polo.
·         Transversa: quando o eixo da superfície de projeção (um cilindro ou um cone) se encontra perpendicular em relação ao eixo de rotação da Terra.
·         Oblíqua: quando está em qualquer outra posição.

Projeção de Mercator, Gerardus (holandês - 1512-1594). 


·         a representação mais antiga e usada de todas.
·         parte do princípio da projeção cilíndrica e conforme.
·         os meridianos e os paralelos são linhas retas, que se cortam em ângulos retos, provocando distorções mais acentuadas nas áreas continentais de altas latitudes mais próxima aos polos, a Groenlândia se apresenta maior que a América do Sul o que na verdade não é.
·         exagera visualmente a importância dos países do Hemisfério Norte, pois a maior porção das massas continentais dessa região está localizada nas maiores latitudes, diferente das massas continentais do Hemisfério Sul, que estão concentradas nas proximidades do Equador.
·         é apontada como uma projeção que expressa um poderio do Norte sobre o Sul.
·         útil na navegação, pois respeita as distâncias e os ângulos, embora não faça o mesmo com o tamanho das superfícies e porque a bússola depende da manutenção dos ângulos dos continentes e ilhas.
·         mantém as superfícies sem distorções no tamanho das regiões próximas ao Equador,
·         mantém a forma das áreas dos continentes e altera a proporção das áreas representadas.
·         pouco recomendada para análises sobre os continentes por alterar as suas escalas.
·         é utilizada em cartas topográficas e, no Brasil, é adotada como base do sistema cartográfico nacional.

Projeção de Peters, Arno (alemão, 1916 – 2002)


·         concebida pela primeira vez por James Gall, em 1885
·         parte do princípio da projeção cilíndrica e equivalente.
·         comparada a de Mercator restabelece o tamanho correto das superfícies continentais.
·         revaloriza visualmente os países do Hemisfério Sul.
·         valoriza o tamanho dos continentes mas distorcidos nas formas e distâncias.
·         mantém a proporção das áreas representadas, mas altera as suas formas.
·         levanta polêmicas de um cunho político:
o   por ampliar as áreas dos países do sul, de maioria subdesenvolvida
o   diminuir as áreas dos países do norte, de maioria desenvolvida.
o   África é colocada no centro do mapa, ao contrário da projeção de Mercator, em que a Europa encontra-se no centro.
o   alcunhada de “terceiro-mundista”.
·         levanta polêmicas de proposições técnicas:
o   falta de cientificidade por abdicar de detalhes técnicos em detrimento de opções políticas;
o   erro na posição do paralelo 46º 2’ que deveria estar na posição de 45º.
o   em detrimento das distorções da projeção equivalente, deixa os continentes mais “finos” no Equador e mais “largos” nos polos, dificultando a localização e o deslocamento.
o   ter supostamente plagiado a verdadeira obra de James Gall, pouco ou nada alterando as suas concepções originais.
·         Não tem nada a ver com a anamorfose

Projeção de Bertin, Jacques (francês, 1918-2010)



·         fiel na relação entre os tamanhos das superfícies dos continentes.
·         uma das boas soluções para os mapas temáticos, apesar de não ser tão comum.
·         é indicada para representar os fluxos comerciais no mundo contemporâneo.
·         adequada para representações geoestratégicas e geopolíticas.
·         a grade de coordenadas não possui uma configuração perpendicular, pois todos os meridianos se dirigem, formando curvas, para uma representação do polo que se encontra no meio do mapa.

Projeção “Dymaxion” de Buckminster Fuller, Richard (Estados Unidos, 1895-1983)


 uma projeção tridimensional na superfície de um poliedro patenteada em 1946.
·         centrada no polo norte, as outras centram-se no Equador.
·         apresenta uma organização dos continentes incomum se comparada às outras projeções.
·         favorece a manutenção das formas e das proporcionalidades das terras emersas em detrimento dos oceanos.
·         é indicada para representar os fluxos comerciais (interdependências econômicas) no mundo contemporâneo, sendo adequada para a época das telecomunicações e dos transportes intercontinentais em escala mundial.
·         essa visão subverteu (realizar mudanças profundas) a convenção tradicional dos pontos cardeais, ou de um norte e um sul.
·         concebida para permitir uma melhor compreensão das questões humanas e pôr em evidencia as relações entre os diferentes povos.
·         uma tentativa cartográfica de fornecer uma visão mais precisa das dimensões relativas dos territórios e uma imagem menos “hierarquizada” do planeta.
·         permite ver todos os continentes sem grandes distorções.
·         busca uma forma mais abrangente sobre o planeta, podendo ser reconfigurado para colocar  diferentes regiões no centro, dando assim maior protagonismo.

Projeção de Robinson, Arthur H. (Canadá, 1915 – 2004)



desenvolvida em 1961. 
projeção não conforme e não equivalente.
baseada em coordenadas e não em formulação matemática.
concebida para minimizar as distorções angulares e de área.
trata-se de uma das projeções cartográficas mais conhecidas em todo o mundo. 
é uma projeção cilíndrica afilática, sua elaboração ocorre como se envolvesse o globo terrestre em torno de um cilindro. 
Apresenta distorções nas áreas, principalmente nas altas latitudes, e na forma dos continentes, a grande maioria não está em suas proporções corretas, no entanto, consegue minimizar as distorções que ocorrem nesses dois aspectos.
os meridianos são representados em linhas curvas ou elipse, enquanto os paralelos permanecem em linhas retas.  
é ideal para mapas que procuram representar a área da Terra como um todo.
é a projeção mais utilizada em mapas e atlas, sendo muito conhecida como mapa-múndi e é destinada ao uso didático.

Projeção de Lambert, Johann Heinrich (França, 1728 – 1777)

·         foi apresentada em 1772 como uma projeção cônica conforme. 
·         são pensadas como se fosse colocado um cone sobre um dos hemisférios terrestres.
·         é mais adequada para a representação de países em médias latitudes e/ou para a representação de um determinado hemisfério.
·         é classificada em secantes quanto à situação da superfície de projeção.
·         a distorção fica menor e melhor distribuída entre as diversas latitudes representadas no mapa.
·         possuem dois paralelos de referência (contato) onde as distorções serão sempre menores.
·         a escolha dos paralelos de referência é essencial para que o mapa possa atender os seus objetivos propostos e evitar possíveis distorções na área a ser estudada.

               Projecção de Miller,  Osborn (Escocês-americano, 1897 - 1979). 


·         foi apresentada em 1942.
·         trata-se de uma projeção cilíndrica equivalente
·         criadas como alternativa à projeção de Mercator,
·         proposta de reduzir a grande variação da escala com a latitude e de permitir que os polos fossem representados.
·         as distorções dessa projeção são menores nas áreas próximas da linha do equador e aumentam em direção aos polos.

Projeção Descontínua de Goode, ou Projeção Interrompida de Goode ou Projeção de Homolosine de Goode, estadunidense Goode, John Paul (estadunidense, 1862-1932)


·         projecao  de 1916, criada em contraposição à de Mercator.
·         caracterizada por apresentar um mapa-múndi deformado em função de “cortes” existentes em áreas oceânicas.
·         valoriza as áreas continentais tanto em suas formas quanto em suas áreas.
·         a região noroeste da Ásia teve suas formas distorcidas.
·         é comumente associada a cascas de laranja, uma vez que algumas partes ficam desconectadas entre si, ficando impossível uni-las novamente.
·         utilizada para a produção de mapas temáticos concernentes a fenômenos estritamente terrestres, como a distribuição de indústrias e a distribuição das grandes cidades pelo mundo.
·         impossível de se calcular distâncias intercontinentais, representar áreas oceânicas e polares, bem como visualizar toda a massa terrestre em conjunto.
Projeção de Mollweide ou projeção de Aitoff  - Mollweide, Karl (alemão, 1774-1825),


·         muito utilizada para a elaboração de mapas-múndi atualmente.
·         projeção cilíndrica equivalente (conserva o tamanho das áreas, mas altera as suas formas).
·         buscava uma forma de corrigir a Projeção de Mercator.
·         os paralelos são representados em linhas retas e os meridianos em linhas curvas.
·         uma projeção elíptica, tendo os polos mais achatados e as zonas centrais mais exatas.
·         muito utilizada em mapas temáticos sobre a comparação de dados entre os continentes (população, renda, áreas agricultáveis etc.).

Projeção cilíndrica equidistante ou equiretangular - Plate Carrée


·         equidistante significa “mesma distância”.
·         os paralelos e meridianos separam-se pela mesma distância.
·         as distâncias entre um ponto e outro no mapa são iguais às verdadeiras, mas dispostas em escalas.
·         o objetivo é a preservação da escala em determinados locais.
·         não é possível manter as distâncias verdadeiras dentro das escalas em toda a dimensão. O que é plenamente possível é a manutenção de distâncias verdadeiras a partir de um ou dois locais.
·         pode-se obter uma representação na qual todas as distâncias medidas perpendicularmente a uma linha (podendo ser o Equador ou um paralelo qualquer) sejam verdadeiras.
·         possui escalas dispostas em pontos determinados, sendo necessário para tal, ter paralelo cujos espaçamentos foram ajustados.
·         o que difere com a de Mercator é que esta possui um alongamento em direção a leste-oeste e um achatamento em direção a norte-sul  em países de latitude elevada.

Outra projeção cartográficas equidistantes
Projeção Cônica Equidistante Meridiana
·         possui distâncias iguais
·         Cláudio Ptolomeu desenvolveu essa projeção
·         as distâncias ao logo dos meridianos estão dispostas em escala constante.

Projeção azimutal equidistante


·         para sua utilização um ponto qualquer no globo terrestre pode ser o centro, assim, é possível medir a distância entre esse ponto e qualquer outro lugar do planeta.
·         é muito utilizada para definir rotas marítimas ou aéreas.
·         as formas dos continentes não são preservadas, embora suas distâncias sejam mantidas, por isso é equidistante.
·         a maioria das deformações que ela apresenta está localizada em áreas periféricas do mapa.
·         quando aplicada em mapas-múndi, a distância entre as regiões do globo é representada de maneira precisa.
·         é amplamente útil por Nações em assuntos estratégicos, pois coloca determinado país no centro do mundo, e diminui a forma e as dimensões dos demais.
·         uma nação pode utilizar essa projeção como uma maneira de mostrar sua visão do mundo.

Linguagem Cartográfica - o outro elemento do mapa.

São elementos gráficos que exemplificam e mostram às possibilidades de mapear os fenômenos geográficos na espacialidade, sejam variáveis visuais ou de separação. Eles permitem distinguir, quantificar, ordenar e mostrar ligações (fluxos) através de tamanho, valor, granulação, cor, orientação e forma.

Tipos de Mapas

·         Quantitativo – usa na representação a variável visual tamanho (quadrados ou círculos) para expressar a quantidade do fenômeno.
·         Ordenado – apresenta tonalidades de cor para mostrar a intensidade dos fenômenos (frio, calor; rico, pobre, etc).
·         Qualitativo – utiliza variáveis de separação como a variável visual cor ou de separação.
·         De fluxo – que fazem uso de setas, que não deixam de ser quantitativos, em razão da espessura das setas.

Cartografia Temática

·         apresenta uma solução analítica ou explicativa
·         baseia-se em um mapa pré existente para fornecer uma representação dos fenômenos sobre a superfície terrestre, por meio de uma simbologia específica.
·         os dados ou informações a serem representados devem ser trabalhados com bastante cuidado para que o mapa traduza o que se deseja de forma imprescindível
·         os elementos da legenda e das convenções devem manter uma proporção adequada à escala do mapa e ao tamanho final do produto impresso.

Anamorfose (transformação cartográfica) – trocam-se as medidas de terrenos (métricas) por outras, com as de volume de população. Representação cartográfica que emprega outras medidas para representar as realidades geográficas como, volumes populacionais, valores econômicos, volume de recursos naturais, entre outros. Demonstra uma distorção deliberada.


Elementos constituintes de um mapa temático:
·         o título do mapa: realçado, preciso e conciso;
·         as legendas e convenções utilizadas (necessita-se utilizar imaginação);
·         a base de origem (mapa-base, dados, etc.);
·         as referências (autoria, data de confecção, fontes etc.);
·         a indicação da direção norte;
·         a escala;
·         o sistema de projeção utilizado;
·         o sistema de coordenadas utilizado. Gratículas: conjunto de linhas que se cruzam perpendicularmente, em ângulos quaisquer. Quadrículas: pares de linhas paralelas que se cruzam perpendicularmente, estabelecendo ângulos retos, com a consequente formação de quadrados ou retângulos.

A Forma do Símbolo

Devem ser de fácil compreensão.
·         Forma pontual é utilizada para informações cuja representação pode ser traduzida por pontos ou figuras geométricas. Ex.: cidades, casas, indústrias, portos...
·         Forma linear é utilizada para informações que requerem um traçado característico, sob a forma de linha contínua ou não. Na maioria das vezes, a largura da linha desenhada não corresponde à largura real do tema.
·         Forma zonal é usada para representar as informações que ocupam uma determinada extensão sobre a área a ser trabalhada. Essa representação é feita com a utilização de polígonos. Ex.: vegetação, clima, regiões metropolitanas.




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