sábado, 5 de maio de 2018

Os Blocos de Poder no Mundo Contemporâneo


Os Blocos de Poder no Mundo Contemporâneo.

Proposta – compreender:
·         as consequências de seu funcionamento na escala regional e mundial.
·         os impactos sobre os países membros dentro do processo de globalização.
·         o acirramento e a concorrência entre as empresas e as nações.
A intensificação das relações econômicas após o fim da Guerra Fria (geopolítica bipolar) estimulou a regionalização da economia e a formação dos blocos econômicos (geopolítica multipolar).

O mundo em 1990 - Processo de Globalização
·         Falência das economias planificadas.
·         Fim da bipolaridade.
·         Formação de blocos econômicos regionais formalizados e beneficiados pela Organização Mundial do Comércio (OMC) aprofundando as relações comerciais entre Estados.
·         Vertiginoso crescimento do comércio mundial (integração de mercados, aumento das importações e exportações, interdependência entre as economias nacionais, eliminação de barreiras entre nações)
·         Fortalecimento de conglomerados transnacionais (colossais reservas de poder, comandam e definem os padrões produtivos, comerciais e tecnológicos, são beneficiadas pela isenção de impostos na comercialização, fragmentam e a terceirizam do processo produtivo). Dispõem de grande mobilidade territorial, sendo que seus investimentos migram para países que oferecem vantagens fiscais.
·         Surge a Tríade, uma nova ordem econômica – multipolaridade “desprovida de sentido” (acentuação das diferenças socioeconômicas entre os países, não favoreceu a minoria, abandono das questões sociais, não anulou a xenofobia e os conflitos)
·         Surgimento de novos países nas duas últimas décadas na Europa Centro Oriental e Ásia Central.
·         Avanço nas tecnologias / internacionalização capitalista. Técnicas de informação passam a ter papel regulador no comércio mundial e no fluxo financeiro entre países (nunca o capital se expandiu tanto).
·         Intensificação das transações comerciais (aumenta num ritmo maior que o crescimento econômico dos países em virtude da queda das barreiras fiscais em diversos países enviando e recebendo matérias-primas e bens produzidos).
o   Neoliberalismo (pensamento econômico que prega a ampla liberdade das leis de mercado).
o   Diminuição do controle do Estado (deslegitimação do poder administrativo e desvalorização da política). 
·         Medidas protecionistas dos países do norte em relação aos países do sul (agricultura).
·         Volatização das fronteiras (das barreiras alfandegárias).
·         China – abertura aos investimentos internacionais, uma possível potência econômica.

Diante de uma economia globalizada e competitiva a integração econômica entre Estados, surge para:
·         Tentar suprir a necessidade de obtenção de lucro e acumulação de capital;
·         Estimular o comércio intrarregional e assim fortalecer o bloco diante das relações com outros blocos ou países mais estruturados economicamente
·         Eliminar barreiras fiscais alfandegárias;
·         redução de importação (quantidade máxima de um produto que pode ser importado), ou então a criação de alíquotas específicas para certos produtos (ex.: carro);
·         redução das restrições não tarifárias, isto é, barreiras que limitam restrições à entrada de mercadorias importadas que possuem como fundamento requisitos técnicos, sanitários, ambientais, laborais, restrições quantitativas (quotas e contingenciamento de importação).
Os blocos econômicos regionais apresentam características diferentes conforme o nível de integração regional em seu interior, o qual é determinado pelos objetivos políticos e econômicos que privilegie os países membros nas relações comerciais. Os processos de integração econômica se classificam segundo o grau de profundidade dos vínculos que se criam entre as economias dos países envolvidos.
Processo de integração mais rudimentar é a Zona de Preferência Tarifária (menor grau de integração) apenas assegura que as tarifas entre os países membros do grupo são inferiores as cobradas dos países não membros.
Área de Livre Comércio consiste na redução ou eliminação de barreiras tarifárias e não tarifárias (isenção total de tarifas apenas para as mercadorias produzidas e comercializadas entre os seus membros). Os países do bloco podem cada um fixar suas tarifas para comércio com países fora do bloco. É o tipo de bloco mais restrito, pretende-se apenas a gradativa liberação do fluxo de mercadorias entre os países membros estabelecendo somente a redução e/ou eliminação das barreiras fiscais. Os países possuem moeda própria.
União aduaneira (ou alfandegária) consiste no acordo em que as tarifas (TEC) de importação para países fora do bloco devem ser combinadas e aceitas por todos os seus membros e entre os membros a eliminação completa das tarifas de importação.
Os países membros não podem estabelecer relações comerciais de forma independente com países de fora do bloco, este é um ponto de divergência entre os integrantes.  Não há livre circulação de pessoas. Apresentam moeda própria.
Mercado Comum apresenta uma integração que leva em consideração a redução e/ou eliminação das barreiras alfandegárias, além de possibilitar a livre da circulação de bens, mercadorias, pessoas, serviços, fatores de produção, capitais, moedas e mão de obra. Há órgãos integrados em diferentes níveis, como o Parlamento Comum e o Banco Central, os quais coordenam políticas macro econômicas, onde todos os países devem seguir os mesmos parâmetros para fixar suas taxas de juros e de câmbio para definir sua política fiscal, legislação trabalhista, tributárias, previdenciárias, ambiental, para isso é necessário possuir níveis comparativos de inflação e taxas de juros. Não há moeda única entre os países integrantes.
União Econômica e Monetária consiste no estágio mais avançado dos blocos econômicos, há um imposto comum para produtos vindos de fora do bloco, e se caracteriza pela eliminação de tarifas alfandegárias (barreiras fiscais) e pela livre circulação de capitais, serviços e pessoas, assim conserva as mesmas características do mercado comum, porém avança no processo de integração regional ao estabelecer uma moeda única para o bloco. Para isso os países membros precisam ter níveis compatíveis de inflação e taxas de juros, além de haver políticas trabalhistas, de defesa, de combate ao crime e de migração. Há países dentro do bloco com condições econômicas prejudicadas.
Vantagem:
·         Viabiliza o acesso e o “barateamento” de produtos.
Desvantagens:
·         Reduz a possibilidade de expansão de uma economia nacional, onde países parceiros possuem maior desenvolvimento;
·         Pode provocar desemprego e retração de certos setores industriais;
·         Analistas colocam em dúvida a sobrevivência dos blocos neste nível de integração.

Bloco Econômico: uma associação de países com vista a defender interesses comuns na área do comércio e também envolvimentos de caráter econômico e político. Obedece à lógica do capitalismo e responde ao principio neoliberal da redução de custos, aumento da produtividade e maximização dos lucros agilizando o comércio mundial, pois antes os produtos importados chegavam ao consumidor com preço elevado.

NAFTA (North American Free Trade Agreement) – Acordo Norte-americano de livre comércio
Bloco composto por países da América do Norte, tendo o dólar como referência monetária. Os EUA exercem incontestável influencia no bloco como no mundo todo.
É uma área de livre comércio que constitui o bloco econômico regional mais importante das Américas. Seu principal objetivo é promover a livre circulação de mercadorias e serviços entre os três países membros por meio da eliminação gradativa das barreiras legais e das tarifas alfandegárias (esta situação ainda não aconteceu e há um prazo entre os membros de que isso ocorra até 2024). Com isso pretende-se ampliar consideravelmente as relações econômicas entre as nações do bloco, estimulando seu crescimento econômico para fazer frente à forte economia japonesa e da União Europeia. Este bloco apresenta disparidades internas consideráveis (o PIB dos EUA é cerca de sete vezes maior que o do Canadá e do México juntos), por isso a existência do NAFTA tem gerado polêmicas.
Interesses estadunidenses:
·         Instalar suas empresas nas cidades mexicanas fronteiriças aos EUA para montar produtos com mão de obra barata e evitar a migração ilegal de mexicanos.
·         Incorporar seus produtos a população canadense que tem poder aquisitivo elevado e também no México que possui elevado índice populacional.
·         Ampliar seu potencial de mercado.
·         Romper com a possibilidade da criação de um bloco unicamente latino americano.
·         O intuito dos EUA é formar uma área de livre comércio das Américas – ALCA.


MERCOSUL – Mercado Comum do Sul
Bloco econômico mais importante da América do Sul. É composto por Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e mais recentemente a Venezuela. Começou a se configurar em 1985, quando Brasil e Argentina iniciaram uma aproximação econômica o que desencadeou um processo de integração na região, formando em 1991 o MERCOSUL através do Tratado de Assunção.
Os países que assinaram esse tratado estabeleceram basicamente alguns objetivos:
·         A redemocratização política, pois todos os países viveram de uma ditadura militar.
·         Maior abertura da economia dos países membros.
·         Uma inserção mais competitiva no mercado mundial.
·         Estimular os fluxos de comércio com o resto do mundo por meio de acordos multilaterais ou bilaterais.
Os outros países do continente são associados ao bloco. O bloco surgiu como uma área de livre comércio entre os Estados membros, porém passou a ser uma união aduaneira depois do protocolo de Ouro Preto em 1994, sendo fixada a Tarifa Externa Comum (TEC) a qual significou um passo importante em direção à integração regional. A integração econômica completa (mercado comum) depende diretamente da superação das grandes diferenças socioeconômicas existentes entre os países membros do bloco.
O Mercosul busca um projeto de aproximação e fortalecimento político das nações da América do Sul, buscando ganhar poder nas negociações internacionais. Este é um bloco econômico de grande relevância no cenário mundial devido a uma grande população, um PIB elevado o que o coloca entre os principais blocos de atração de investimentos do mundo, além de ser uma forte arma contra as investidas dos EUA na região.

Cooperação Econômica Ásia/Pacífico – APEC (Asia-Pacific Economic Cooperation)
A referência monetária é o iene japonês e a área de cooperação econômica compreende o chamado cinturão do pacífico, a China, a Austrália e a Nova Zelândia e parte da América banhada pelo oceano pacífico. A influência dos EUA neste bloco é muito significativa.
Este bloco é formado por aproximadamente 21 países, surgiu em 1989 para promover a abertura de mercados entre seus membros. Os integrantes são: Austrália, Brunei, Canadá, Chile, China, Indonésia, Japão, Coreia do Sul, Malásia, México, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, Peru, Filipinas, Rússia, Cingapura, Tailândia, Vietnã e Estados Unidos, além de Taiwan (Formosa) e Hong Kong.
A principal meta desse bloco é estabelecer a livre circulação de mercadorias e capitais entre as nações desenvolvidas do bloco e instituí-la também nos países em desenvolvimento até 2020, formando uma área de livre-comércio. Mas para isso precisa superar as grandes desigualdades econômicas entre seus membros e, também, harmonizar os interesses e disputas comerciais entre EUA, China e Japão.

ASEAN
Associação de Nações do Sudeste Asiático (Association of Southeast Asian Nations)
É um bloco econômico criado em 1967. É composto por dez países do sudeste asiático. Este bloco possui um acordo de cooperação econômica com a União Europeia.  A sede do bloco fica na cidade de Jacarta, capital da Indonésia. Embora o objetivo principal do bloco seja o desenvolvimento econômico, ele apresenta também propostas nos campos sociais e culturais.
            Fazem parte do bloco: Tailândia, Filipinas, Malásia, Cingapura, Indonésia, Brunei, Vietnã, Mianmar, Laos e Camboja.
Área de livre-comércio - está em processo de implantação com o objetivo de aumentar a competitividade comercial na região, ampliando o comércio de mercadorias. Há um acordo para a redução de tarifas, de produtos não agrícolas, no comércio entre os países membros.
Principais objetivos:
·         Estimular o comércio de produtos e serviços entre os países membros, visando o crescimento econômico; 
·         Criar condições de estabilidade política e econômica na região, para permitir um ambiente mais propício ao comércio;
·         Proporcionar a integração cultural e o desenvolvimento social na região.

Comunidade dos Estados Independentes – CEI
Bloco que se formou após a desagregação da URSS (1991). Das quinze repúblicas soviéticas onze instituíram o bloco decretando o fim da URSS. No ato da criação da comunidade, previa-se a centralização das forças armadas e o uso de uma moeda comum: o rublo. Porém, na prática as ex-repúblicas soviéticas não chegaram a um consenso de integração política econômica.
Constitui uma confederação de Estados soberanos, cujo intuito é fortalecer as relações políticas e comerciais entre os países membros, e isto é um grande desafio diante de muitos problemas econômicos e sociais decorrentes da transição de uma economia planificada e estatizada para uma economia globalizada e cada vez mais competitiva. Esta transição gerou uma enorme crise entre os Estados do bloco:
·         Diminuição da oferta de empregos.
·         Aumento excessivo dos índices inflacionários.
·         Queda de renda per capita.
·         Endividamento externo.
·         Queda na produção e consequentemente recessão na economia.
·         Diversos movimentos e conflitos separatistas por conta da diversidade étnica e/ou religiosa.
o   Conflito entre a Rússia e a Geórgia sobre a Ossétia do Sul e Abkázia.
o   Conflito da Rússia com a Ucrânia em disputa da Criméia,
o   A Rússia em disputa com os separatistas da Tartária e Chechênia-Inguchétia
o   Daguestão e Moldávia reivindicam suas independências.
o   O conflito entre Armênia e Azerbaijão sobre a Nagorno-Karabakh.
o   As ex-repúblicas transcaucasianas, hoje países independentes Armênia, Azerbaidjão e Geórgia agravam conflitos étnicos religiosos.
Os primeiros integrantes do bloco foram: a Rússia, a Bielorrússia (Belarus) e a Ucrânia. Posteriormente se integraram ao bloco, os seguintes países: Armênia, Azerbaijão, Cazaquistão, Moldávia, Quirquistão, Tadjiquistão, Uzbequistão, além do Turcomenistão, que atualmente é um membro associado à CEI. A Geórgia desligou-se do grupo em 2009, e os três países bálticos (Lituânia, Estônia e Letônia) são os únicos países que compunham a União Soviética e nunca fizeram parte da CEI.
Em março de 2004 a Ucrânia, um dos idealizadores da CEI, ameaçou se retirar da Comunidade provocando uma crise política. Em 2014, as tropas da Ucrânia foram retiradas da Criméia abrindo espaço para a ocupação russa, e nesse mesmo momento, a Ucrânia retornou a discussão da sua saída na CEI, contudo ainda nada é oficial. No ano de 2011 foi noticiado a criação de uma zona de livre comércio entre nove países da CEI: Armênia, Rússia, Ucrânia, Bielorússia, Cazaquistão, Moldávia, Quirguistão e Tajiquistão. Este acordo é visto como uma forma de evoluir a cooperação econômica na CEI.
Minsk, capital da Bielorrússia, é a cidade onde se localiza a sede da CEI. A estrutura administrativa do bloco é composta por dois conselhos, sendo um formado por chefes de Estado e o outro por chefes de Governo. Organiza-se em uma confederação de Estados, preservando a soberania de cada um. Formam uma área de livre comércio.
A Federação Russa é a nação com maior destaque no bloco, pois apresenta grande importância no cenário econômico e geopolítico global. As nações, de um modo geral, estão estabelecendo relações econômicas com países fora do bloco, reduzindo os laços com os países integrantes da CEI. A Ucrânia é considerada o celeiro agrícola da CEI, por ter a maior concentração de terras agricultáveis, mais férteis e com melhor distribuição de chuvas. Os demais países são pequenos, de economia pouco diversificada, não dotados, no geral, de riquezas minerais e energéticas nem de terras férteis.
A autonomia de cada nação é respeitada, não havendo, portanto, interferência de outros países nas questões políticas internas. Qualquer país pode abandonar a CEI.
A CEI é vista pela Federação Russa como uma fronteira externa de segurança, em relação a uma eventual aproximação da OTAN e da UE, dos limites territoriais da antiga URSS, dos quais o governo de Moscou acredita ser herdeiro natural do espólio (conjunto de bens deixados por alguém ao morrer) político, histórico-cultural, econômico e militar.

Comunidade de Desenvolvimento da África Austral – SADC
É o mais importante bloco do continente africano. A África possui inúmeros conflitos armados, avanço de epidemias e o agravamento da miséria marcam sua história recente e contribuem para o isolamento econômico do continente. Surgiu em 1992 para tentar minimizar essas mazelas do continente e estimular as relações comerciais entre 15 nações da região meridional da África, objetivando se tornar um mercado comum entre os países membros e promover a paz e a segurança na região. A nação mais importante desse bloco é a África do Sul, pois corresponde a cerca de 60% da produção do total do bloco. Na África há outros blocos econômicos, porém, todos eles incluindo a SADC possuem grandes obstáculos:
·         carência de infraestrutura;
·         baixo nível de industrialização;
·         dependência econômica;
·         pobreza, fome, epidemias e guerras civis.

União Europeia – UE
A referência monetária é o euro, sob o comando da Alemanha. É o bloco econômico regional mais avançado do planeta e representa um dos principais centros da economia mundial contemporânea. Começou a surgir logo após a Segunda Guerra Mundial, em decorrência da desestruturação econômica provocada pelo conflito. A Europa estava dilacerada e grande parte do seu setor produtivo estava destruído, Através do Tratado de Haia em 1947, Holanda, Bélgica e Luxemburgo criaram uma área de livre comércio denominada (BENELUX). O objetivo inicial do bloco:
·         Recuperar economicamente e politicamente os países-membros.
·         Espantar o fantasma do comunismo.
·         Impedir o crescente avanço da influência econômica dos Estados Unidos.
Em 1952 França, Itália, Alemanha Ocidental, Luxemburgo, Holanda e Bélgica, assinaram o tratado de Paris (1951) no qual foi estabelecida a livre circulação de carvão, ferro e aço entre eles, como forma de dinamizar o crescimento de seus respectivos parques industriais. Surge então a comunidade europeia do carvão e do aço (CECA).
Em 1957 a CECA transformou-se em Comunidade Econômica Europeia (CEE) por ocasião do Tratado de Roma. Com essa mudança estabeleceu-se a livre circulação de pessoas, mercadorias (com pagamento de imposto único), serviços e capitais entre os países membros. A CEE passou a ampliar as relações de comércio e a receber a adesão de vários outros países, até que em 1973 o Reino Unido, Irlanda e Dinamarca passaram a fazer parte do primeiro grande bloco de livre comércio do mundo. Em 1980, após o fim das ditaduras em seus países, ingressaram Portugal, Espanha e Grécia.
Em 1992, entrou em vigor o Tratado de Maastricht, substituindo a denominação CEE por UE. Em 1995, Suécia, Finlândia e Áustria aderiram ao bloco. Em 1997, com a assinatura do Tratado de Amsterdã os países da UE instituíram o passaporte único e a moeda única que começou a circular em quase todos os países do bloco em 2002. A partir desse momento a UE tornou-se uma união econômica monetária. No entanto, o uso do euro não se generalizou na UE, por isso se fala na zona do euro. Em 2001 através do Tratado de Nice ampliou a número de membros com a inserção de vários países do leste europeu.
A UE se encontra em um estágio bem mais avançado de integração, visto a expressividade econômica do bloco em demonstrar que a integração entre os países membros são bem sucedidas, porém alguns países membros enfrentam problemas de desigualdade econômica dentro do bloco. A UE é composta por um conjunto de instituições com poderes próprios cujas decisões devem ser seguidas pelos governos, empresas e cidadãos de todos os países membros. Portanto, a legitimidade legada a essa instituição confere-a, uma espécie de poder supranacional. As instituições que regem o bloco são o Conselho de Ministros, a Comissão Europeia, o Tribunal de Justiça, o Tribunal de contas, o Comitê econômico e social e o Parlamento Europeu. Mesmo com a existência dessa estrutura institucional, os Estados-Membros ainda são soberanos para determinar suas políticas econômicas e sociais internas. Às instituições da UE cabem atender aos setores ambiental, militar, social e econômico de uma forma a atender a todos os países membros. Todavia, a realização de ações comuns nesses setores tem sido uma tarefa extremamente árdua, na medida em que as propostas de mudanças nem sempre agrada aos interesses de todos os países-membros.
A expressividade econômica desse bloco demonstra que a integração entre os países-membros tem sido bem sucedida. Porém, mesmo com todo esse sucesso, a desigualdade econômica entre os países-membros, o terrorismo e as migrações irregulares tem sido um dos principais problemas enfrentados pelo bloco.

Área de Livre Comércio das Américas – ALCA
A articulação regional em torno do Mercosul tem posto em xeque a influência dos EUA na América do Sul em negociar acordo de livre comércio entre países das Américas. E esta intenção estadunidense faz sentido quando se nota que sua balança comercial só possui superávit de exportação em relação à América Latina, com os demais continentes sua balança comercial é deficitária.
De acordo com especialistas, a criação da ALCA traria grandes problemas econômicos à região do Mercosul. A principal resistência vem do Brasil por possuir uma superioridade considerável em relação à produção e a tecnologia, por ser o mais industrializado. Dentre os países latino americano há certo receio quando se propõe uma integração continental porque é sabido que os interesses estadunidenses não são convergentes em relação às reais necessidades dos povos latino americanos.
A ALCA é uma necessidade da economia norte-americana. A quem diga que caso seja instituída, diminuirá expressivamente a autonomia dos países sul-americanos na condução de aspectos da política econômica. Tal proposta está muito distante de uma integração, pois é vista pelos países latinos mais como uma subordinação das colônias à potencia imperial do que uma real integração econômica.

ONU (Organização das Nações Unidas)

Com exceção da Antártica, continente gerido pela comunidade internacional, todas as terras emersas tornaram-se território de algum Estado.
Com o fim da Primeira Guerra os Estados já tinham tentado organizar a Liga das Nações, mas com o advento do nazifascismo e da Segunda Guerra, ela se desfez.
Ao fim da Segunda Guerra, em 1945, após a ratificação da Conferencia de São Francisco teve início um amplo conjunto de ações políticas envolvendo a união de diferentes países (50), pois ficou evidente que as organizações políticas existentes eram frágeis e não garantiriam a paz e o desenvolvimento econômico de todos os povos.
Para se tornar um Estado-membro da ONU é preciso reafirmar compromisso com a paz e a segurança internacional e aceitar os compromissos elegidos na Carta das Nações Unidas, bem como estar apto e disposto a cumprir tais obrigações.
Hoje a ONU só não conta com a participação daqueles cuja existência ainda é alvo de muitos debates e cuja autonomia política ainda não esta definida Saara Ocidental, Malásia, Brunei e Palestina, Kosovo, Taiwan e o Vaticano, o único país soberano do mundo com total reconhecimento internacional que não faz parte da ONU.
Importante destacar que a ONU não está organizada com base em identidades nacionais, e sim, na reunião de Estados. Dentro de um Estado, os interesses são muito diversos e contraditórios entre si, pois agrega mais de uma nação, além, de não existir dois Estados que funcionem da mesma maneira ou experimentem a mesma forma de pressão política, assim partidos políticos, sindicatos, organizações ambientalistas, movimentos estudantis, corporações militares, grupos paramilitares e guerrilhas, organizações religiosas, organizações criminosas, organizações econômicas, como as multinacionais e ONGs são apenas alguns exemplos de como as diversas sociedades se organizam para exercer pressão política. É assim que eles se fazem representar no âmbito das Nações Unidas.
Com base neste princípio a ONU constitui um amplo conjunto de instituições (agencias, fundos e programas) a fim de intervir diretamente nas condições de vida de todos os povos, como saúde, educação, trabalho, agricultura e meio ambiente.

·         FAO – combate a fome e busca novas formas de organização da agricultura e alimentação.
·         Unesco – tem o objetivo de promover a sistematização, divulgação e domínio da cultura, da ciência e da educação e estimular a cooperação cientifica informacional.
·         Unicef - tem o objetivo de organizar e fiscalizar intervenções contra a exploração, a discriminação e a violência dirigidas às crianças, bem como promover a educação.
·         OMS – dedica-se a organizar e comandar esforços no combate a endemia e a epidemia passíveis de colocar em risco a humanidade.
·         OIT (Trabalho). Elaborar regras internacionais em defesa do trabalhador e combater o trabalho escravo e infantil.
·         PNUMA (Meio Ambiente).
·         PNUD responsável pelo IDH.
Também desenvolve programas de combate à violência contra as mulheres, promove abrigo para sobrevivente de catástrofes naturais, refugiados de guerra, perseguidos políticos e religiosos, possuindo assim um Tribunal Internacional de Justiça, em Haia, o qual julga crimes de guerra.
Os recursos para a manutenção de suas atividades provem de países que compõe a entidade, porém, desigual, devido a capacidade econômica de cada país. Entretanto, nem todos os países cumprem regularmente suas obrigações para com a ONU. Desta forma, mantém sua força graças à autonomia e força garantida pelos organismos que compõe a instituição, que asseguram sempre decisões independentes dos interesses de quaisquer nações.
Diante de todas as suas organizações o Banco Mundial e a OMC são suas agencias especializadas mais polêmicas, sobretudo, por receberem acusações de proteger os países ricos.

O Sistema das Nações Unidas
Conselho de Segurança - cinco são os países que, permanentemente, compõem (EUA, FRA, R. Unido, RUS e CHI), enquanto outros dez são temporários, ocupando sua vaga por apenas dois anos, em sistema rotativo. Um voto negativo de um representante anula uma proposta “poder de veto”.
Se considerarmos que nem mesmo o secretário-geral[1] da organização pode ser eleito pela Assembleia Geral sem a indicação do Conselho de Segurança, fica evidente que este é o principal organismo de controle da instituição, maior instancia deliberativa. Tem a função de aprovar o envio de tropas para patrulhar regiões em guerra ou em processo de pacificação (capacetes azuis).
Assembleia Geral - contém representantes de todos os países, cada um tem direito a voto sob questões que afetam a todos. Porém, quando se trata de questões sobre a paz e a segurança mundial, apenas apresentam recomendações.
Problemas que afetam a credibilidade da ONU:
·         Deterioração do respeito aos direitos humanos.
·         Inúmeras guerras e violentos conflitos desde sua criação.
·         Intensificação do terrorismo.
·         Aumento do desequilíbrio de poder entre os países.
·         Proliferação de doenças e epidemias.
·         Locais de extrema pobreza.

Os oito objetivos de desenvolvimento do milênio (ODM): conjunto de metas estabelecidas pelas Nações Unidas em 2000, que tinha como horizonte a drástica redução da pobreza no mundo até 2015.
·         Reduzir a pobreza extrema e a fome
·         Assegurar o ensino fundamental para todas as crianças do mundo.
·         Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres
·         Reduzir a mortalidade infantil.
·         Melhorar a saúde materna.
·         Combater as principais doenças epidêmicas.
·         Assegurar um meio ambiente sustentável.
·         Estabelecer um mecanismo mundial de auxilio ao desenvolvimento.








[1] António Guterres, assumiu em 2017 o lugar de Ban Ki-moon.

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