sábado, 29 de abril de 2017

8 ANO_ INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA ESPANHOLA



A Colonização espanhola e a independência da América espanhola
Mundo colonial hispânico
Ruptura com a metrópole e a caracterização e crise do Antigo Regime


No mundo colonial espanhol ocorreu a exploração da mão de obra indígena no processo de colonização, o qual não se limitou nas áreas de exploração de minérios, mas estendido a todas as atividades econômicas gerando relações de trabalho impostas versus resistências das populações ameríndias. A forma de trabalho imposta nas colônias espanholas era a Encomienda: sistema de trabalho imposto às populações ameríndias, em algumas regiões da América espanhola, em que os indígenas trabalhavam para os colonizadores e recebiam em troca a educação cristã. Nunca existiu um único modelo de colonização, mas experiências diversas, inclusive na mesma metrópole.
Nas duas primeiras décadas do século XIX, grande parte dos povos da América se levantou contra o domínio colonial e criou países independentes.
Situações que influenciaram essas independências:
·         Crescimento econômico da colônia;
·         Sufoco do monopólio colonial;
·         Ideias de autonomia inspirados no Iluminismo;
·         O exemplo da independência dos EUA;
·         Interesse da burguesia inglesa em abrir novos mercados (Revolução Industrial);
·         Revolução Francesa;
·         Guerras Napoleônicas chacoalhando a Europa.
Crise do Antigo Sistema Colonial
Entre o final do século XVIII e inicio do XIX, as contradições entre a metrópole e a colônia tinham se tornado insuportável. A economia das colônias espanholas nem sempre acontecia através de ordens diretas da metrópole. A colônia começava a funcionar do seu próprio jeito, favorecendo as classes superiores da América – os Criollos, elite branca nascida na América. Lideraram os processos de Independência na América espanhola, pois foram influenciados pelas ideias do Iluminismo e pela Independência dos Estados Unidos da América. Desejavam o fim das restrições impostas pelo Pacto Colonial, bem como participar da administração política, já que os principais cargos eram exclusivos aos chapetones, brancos nascidos na Espanha, os quais foram derrotados.
As colônias tinham se desenvolvido. A produção econômica, a população, as comunicações, tudo crescia. Assim ao final do século XVIII, o sistema colonial estava se tornando um impedimento para novos crescimentos. Os colonos queriam negociar com outros países e não suportavam mais a carga de tributos cobrados pela metrópole.
A Inglaterra detinha o monopólio da economia mundial, tendo “fome” de mercados consumidores e por isso deram o maior apoio possível através de volumosos empréstimos e apoio diplomático, já as colônias estavam querendo se “emancipar” do sistema mercantilista, pois queria comprar diretamente da Inglaterra.
A Revolução Francesa, modelo clássico de revolução burguesa, foi um movimento social e político que transformou profundamente a França de 1789 a 1799. Sob o lema "Liberdade, Igualdade e Fraternidade e", a burguesia revoltou-se contra a monarquia absolutista com o apoio popular, tomou o poder, pondo fim aos privilégios da nobreza e do clero e livrando-se das instituições feudais do Antigo Regime.
Em relação à Revolução Francesa, as elites coloniais viam como um distúrbio social podendo gerar direitos em excesso, pois não queriam dar tanta liberdade ao povo como: direito de voto a todos, fim da escravidão dos negros e trabalho servil dos índios e distribuição de terras.
A era Napoleônica e as Independências na América Espanhola
Dentro de um contexto de crise na França, Napoleão Bonaparte surgiu principalmente aos olhos da burguesia, como a figura capaz de restabelecer a ordem interna no país. Tomou o poder com um golpe de Estado – o 18 Brumário (1799), abandonando os princípios iluministas ao concentrar o poder em suas mãos, censurando a imprensa e suprimindo liberdades individuais e políticas dos franceses. Pôs fim ao período conturbado da revolução de 1789, oferecendo aos franceses, a segurança e a estabilidade política, social e financeira, as quais tinham desaparecido nos anos de revolução, ao apoiar as ideias liberais, incentivando a prosperidade da burguesia, e mantendo a reforma agrária, as finanças do país foram recuperadas através do Código Civil Napoleônico, criado em 1804, o qual serviu para organizar e unificar leis, regulamentar o direito a propriedade, igualdade de todos perante a lei e confirmar o confisco de terras da nobreza de origem feudal.
A reestruturação política e militar e a recuperação financeira da França preocupavam alguns países europeus. Temendo o expansionismo territorial francês e que os ideais iluministas se espalhassem por toda a Europa, em 1803, Inglaterra, Áustria, Prússia e Rússia declararam guerra à França. Para a Inglaterra, a guerra era uma oportunidade de atingir economicamente a França na disputa por mercados europeus e ultramarinos. Os laços entre a burguesia inglesa e as colônias ibéricas tornaram-se cada vez mais fortes. Ficava bastante claro, que no futuro, o monopólio colonial seria encerrado.
Com o propósito de arruinar a economia britânica, Napoleão decretou o Bloqueio Continental, onde os países do continente europeu ficaram proibidos de comercializar com a Inglaterra, que em resposta passou a dificultar ainda mais o contato entre os países europeu e suas colônias aumentando seu comércio com a América, pouco se importando se havia ou não pacto colonial.
No caso português, esse país desrespeitou o decreto continuando a negociar com a Inglaterra, sendo invadido pela França em 1807, motivo esse que forçou a família real portuguesa a fugir para a sua colônia na América.
O bloqueio continental não deu certo. A Inglaterra montou um sistema de contrabando que lhe garantia os mercados europeus, além da indústria francesa ser inferior à inglesa. Outro problema era o domínio imperial francês em plena Europa. Os países europeus eram muitas vezes tratados como simples colônias, tendo que fornecer matérias-primas, pagar tributos e comprar manufaturas francesas, enquanto seus produtos não podiam ser vendidos na Europa. Os franceses não eram mais vistos como libertadores, mas como opressores.
Em 1808 a França invade a Espanha, Napoleão colocou seu irmão no trono espanhol. As rebeliões começaram a estourar na Espanha (Junta de Cádiz). Esse Estado se tornou de forma imposta pelos franceses, aliado da França. Diante desse fato os espanhóis enfraqueceram e suas colônias na América ficaram abertas aos ingleses, facilitando o processo de independência.
Em 1810 a Rússia resolveu desrespeitar o bloqueio continental. Em 1812 Bonaparte invade a Rússia e sai derrotado. Em 1815, Rússia, Áustria, Prússia e Inglaterra uniram-se novamente derrotaram Napoleão Bonaparte na Batalha de Waterloo, na Bélgica.
Questionário
1)    Qual grupo social liderava o processo de independência na América Espanhola? Qual era o propósito dessa classe social?
2)    Por que o sistema colonial ao final do século XVIII estava atrapalhando o desenvolvimento das colônias?
3)    Explique a posição da Inglaterra no cenário de independência das colônias espanholas.
4)    A Revolução francesa era bem vista ou mal vista pelas elites coloniais?
5)    Explique o papel político de Napoleão Bonaparte para a França e para a Europa.
6)    Quais fatores deixaram claro que o monopólio comercial seria encerrado nas colônias da América?
7)    Por que os franceses eram vistos como opressores na Europa?
8)    Explique a relação entre a era napoleônica e o processo de independência das colônias espanholas na América?

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